Falar em Morávia, hoje em dia, parece
estranho aos nossos ouvidos. Na verdade, não temos familiaridade com esse nome.
A Morávia foi o útero
mater de um dos maiores movimentos de missões existentes no mundo até então.
Foi lá que o Conde Zinzendorf, impulsionado pelo desejo profundo de evangelizar
o mundo, realizou um grande projeto de Deus, despertando a Igreja do Senhor
para missões mundiais.
A Morávia e a Boêmia eram duas províncias situadas a noroeste do império
austríaco e faziam fronteira com a Saxônia. A Morávia do século XVIII
localizava-se na Europa Central, no centro da antiga Tchecoslováquia, hoje
dividida em República Tcheca e Eslováquia.
Ela era etnicamente composta de tchecos,
um povo eslavo que invadiu a região no século V a. C., o qual, mais tarde,
uniu-se a outras tribos, também eslavas, formando assim, o grande Império da
Morávia, o qual compreendia grande parte da Europa Central.
No século IX esse império foi invadido e destruído
pelos magiares (húngaros). No século seguinte, a Morávia foi governada pelo
Duque da Boêmia e seus descendentes, até 1526, quando caiu nas mãos da família
de Habsburgo, da Áustria, que a governou por quase 400 anos consecutivos.
A Boêmia e a Morávia eram unidas pela
história e pela dinastia como Império.
A sua população, na grande maioria,
pertencia à raça eslávica. No entanto, achavam-se muitos comerciantes alemães
em todas as cidades. A Boêmia era a pátria de homens que foram percursores da
Reforma Protestante como João Huss e Jerônimo de Praga, os quais deixaram a sua
importante contribuição na história da Igreja do Senhor Jesus Cristo.
Esses dois países eram unidos
politicamente. Também, pelo mesmo sentimento hussista, achavam-se preparados
providencialmente por Deus para uma obra missionária séria como foi o movimento
do Conde Zinzendorf, chamado de movimento moraviano.
Havia na Morávia muitos irmãos Boêmios e
anabatistas que procuravam fugir das perseguições religiosas.
A Confissão de Augsburg era o
único credo Protestante reconhecido pelo governos civil. Com isso, grande parte
dos evangélicos tornou-se nominalmente luterana, embora nem todos concordassem
com certas afirmações e até rejeitassem a doutrina de Lutero no que diz
respeito à Ceia do Senhor, que era a consubstanciação.
Para proteger se dos jesuítas na
segunda metade do século XVI, os irmãos boêmios se uniram numa
confissão que tentava harmonizar luteranos e calvinistas. Com a Guerra dos
Trinta anos entre Católicos e Protestantes, a Boêmia voltou a ser um reduto
Católico, embora possuísse a maioria Protestante. Mesmo vivendo dias maus e
turbulentos, pois aquele momento estava sendo catastrófico para o
Protestantismo Boêmio, eles persistiram juntamente com seus irmãos morávios,
ocultando-se das sangrentas e violentas perseguições.
Por volta de 1722, os morávios de língua
alemã começaram a buscar refúgio na Saxônia, na liderança de um carpinteiro, o
irmão Cristiano David, o qual mais tarde tornou-se um proeminente missionário
moraviano.
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